quarta-feira, agosto 25, 2010

Desabafo: Cadê o respeito?!

Olá olá, amigos e amigas! Como estão, tudo bem? :)....

Na primeira postagem que realizei depois que voltei da 21º BIENAL DO LIVRO DE SÃO PAULO, do dia 13/08/2010, relatei sobre algo infeliz que ocorreu e que postaria em outra oportunidade. Pois bem, chegou o momento.

Como já sabem, participei da minha primeira Bienal do livro e, claro, estava muito animado. Porém, já conhecendo o mercado literário fui com expectativas baixas quanto ao espaço que teria no estande que ficaria. (Não citarei o nome, mas imagino que todos já saibam o estande que era...).

Como a editora pela qual lancei o meu livro VINGANÇAS DE SANGUE não possuía estande na Bienal, busquei outra alternativa. Foi aconselhado que eu buscasse algum estande que aceitasse autores de outras editoras e independentes.
Como a Bienal, todos sabemos, é utilizada pela maioria como forma de ganhar dinheiro, o estande que contatei estava abrindo espaço para autores desde que fosse feito um pagamento de uma taxa, mais uma porcentagem sobre a venda de cada livro no estande.
Como um "novo" autor (Não me considero novo, já que escrevo há muito tempo... mas o mercado considera novo aquele que ainda está em seus primeiros livros) logicamente que minha intenção em participar da Bienal nem era vender muitos exemplares, mas sim agregar a participação ao meu currículo e fazer contatos, o que fiz. Conheci leitores, autores e editores.

O problema começou logo que cheguei na Bienal, antes de abrir ao público. O dono do estande veio falar comigo, ele não tinha nenhuma ideia da minha participação, e na verdade, a única coisa que queria saber era se eu havia realizado o depósito da taxa, ou seja, desorganização.
Realizei o depósito no momento em que foi solicitado, de minha parte estava tudo certo, algo que não posso dizer do estande, já que não acrescentaram meu nome e minha participação na agenda do site da editora e muito menos na agenda do site da Bienal, ou seja, só sabiam de minha participação aqueles com quem tive contato. Quem apenas consultou a programação oficial da Bienal não tinha conhecimento que meu livro estava lá, sendo este um dos principais pontos de um autor participar de uma Bienal tão importante: A divulgação para o público.
Nesse ponto já percebi que a coisa começava a desandar, ou seja, não estavam preparados para mais um autor naquele dia.
No horário do "lançamento" do meu livro (Perceba que lançamento está entre aspas, já que a forma que se apresentava a situação, de longe não era um lançamento) fui solicitar uma mesa, eis que me avisam que os autores devem dividir as mesmas mesas (Perceba na foto o pequeno espaço que eu e o outro autor tivemos, e pior, acho que houve casos de até três autores na mesma mesa).
Solicitei a colocação do meu banner pendurado atrás da mesa em que eu me encontrava, porém, o funcionário relatou que não podia, pois tamparia a imagem de seu patrocinador. Oras, um lançamento no qual o autor já não tem espaço, a divulgação na agenda não ocorreu e para piorar não pode colocar o banner para tentar atrair um pouco mais o público... Ai fica muito difícil!

O estande também estava bem morto. Conversei com o funcionário buscando mostrar como o estande falhava no apelo visual, bastava passear um pouco pela Bienal e perceber como os outros estandes apelavam para esse recurso, chamando a atenção do público. No estande em questão, os livros encontravam-se como em bibliotecas, com a borda voltada para a visão dos visitantes, não apresentando se quer capas que atraissem a presença dos mesmos. Não tinha nada que chamasse a atenção, e para piorar, proibiam que eu colocasse o banner mais visível ao público, perto de mim.

Depois que falei com o funcionário, aproveitei a aproximação do dono do estande e relatei as mesmas coisas. Para começar, o estande morto visualmente.
Resposta: É assim que a editora trabalha.

Dei algumas ideias, opções, como colocar livros sobre as estantes, em pé, com a capa voltada ao público, já que, ao ver um livro que interessasse, o público entraria no estande, o que ficaria mais fácil para os atendentes apresentarem outros títulos também. Cheguei a dar essa ideia ao funcionário também que em contra-partida disse que ficaria muito alto para os leitores pegarem os livros. Ou fez de conta que não entendeu que os livros eram uma forma visual e não para serem retirados ou a má vontade era grande mesmo. Nesta forma de pensar, então não poderia haver livros em vitrines, já que o público não tem como pegar!
Resposta: Ele (O dono do estande) tem vinte anos de experiência... Sabe bem o que está fazendo.
E como falei a ele, por ter vinte anos de experiência, sabe que cada dia é uma oportunidade de aprender algo novo.

O dono deu a entender que estava me ajudando já muito, foi quando fiz questão de lembrá-lo que eu não estava ali por boa vontade dele, mas sim, estava na condição de cliente, já que paguei uma taxa para participar. Sabe o que ele respondeu?!
Resposta: O patrocinador dele pagou 6 mil reais pelo espaço, e a taxa que eu paguei não era muita coisa perto daquele valor.

Mas uma das coisas que mais me chateou e deixou com raiva foi que, faltando 30 minutos para terminar o meu "lançamento", outra autora chegou ao estande e o dono ficou lá vendo com ela onde poderia colocar o material visual, e adivinhem... Ia colocar onde o meu banner foi proibido. Da parte da autora, estava corretíssima, assim como eu tinha o direito ela também tinha de colocar o material visual. Neste momento, eu e meu pai, que também já estava "p" da vida com a situação, encaramos bem o dono que percebendo a encrenca que estava arrumando para a cabeça, mandou do nada o funcionário colocar o banner no local que eu havia solicitado, porém faltando 20 minutos para o encerramento de meu "lançamento".
Pô, espera um pouco! Há 3 horas atrás não podia de jeito nenhum colocar o banner no local solicitado, e de repente isso muda.... Como assim? Qual o problema?

Eu digo qual o problema! Infelizmente muitos estão ali apenas para ganhar dinheiro, o que não é totalmente errado, o problema é quando você vende algo a alguém e depois que esse alguém paga você desinteressa em fazer sua parte, deixando claro que o que importava mesmo era apenas o depósito feito lá no início.

A semana toda passou e os autores, conforme vi em fotos, colocaram seus banners no local em que fora proibido para mim... Não entendi isso?! Qual a diferença?!

Infelizmente o cidadão esquece que muito do dinheiro que ele usou para pagar o espaço utilizado na Bienal veio de autores como eu que buscam seu espaço, mesmo que mínimo, para divulgar seu trabalho.

Como relatei, fui com expectativas baixas. Logicamente não esperava um espaço grande e estrutura apenas para mim, mas no mínimo uma mesinha em algum canto com meu banner, mas fiquei surpreso ao ver que conseguiram ir abaixo das minhas mínimas expectativas.

Esse é o retrato do que acontece no meio editorial nacional, no qual o novo autor é visto apenas como uma forma de arrancar dinheiro e não um parceiro, ao qual, unidos assumem metas, buscam objetivos e compartilham os riscos. Talvez por isso, ainda esteja longe de chegarmos a ter uma estrutura literária invejada por outros países, já que a ideia é apenas o lado forte se aproveitar do lado fraco.

Não pensem que estou apenas escrevendo isso porque é meu blog e tenho a liberdade de me expressar. Assim como prometi ao dono do estande, enviei um e-mail a ele e a equipe, relatando tudo isso.

Deixo claro que a crítica não se estende às atendentes do estande, que me trataram com muito educação. Tenho certeza que elas, mesmo não possuindo 20 anos de experiência, teriam lidado e rsolvido as situações de forma muito melhor.

20 anos de experiência não valem nada a partir da hora que você esquece que está lidando com escritores, pessoas, que muitas vezes sairam de suas cidades, pegaram estrada, gastaram seu dinheiro, até o que não podia, para correr atrás de um sonho, uma realização.

Mas como sou teimoso, e não desisto e nem deixo coisas do tipo me abalar, tenho certeza que em breve, os mesmos que esquecem o respeito por aqueles que estão trilhando com esforço seu caminho, estarão se romoendo por não acreditar, e pior, não respeitar... Ai, meu amigo, será tarde.

Não crie regras infundadas que valem apenas para alguns e não para todos. A partir da hora que isso ocorre, você perde todo o respeito como profissional!

Desculpem o desabafo... Era necessário....

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